Ciência e Filosofia



Ciência e Filosofia


Quando vimos determinados videos relativamente a descobertas cientificas sejam elas relacionadas com o Universo, a terra, o homem etc leva-nos a pensar que a filosofia enquanto atividade intelectual e a sua paixão pelo saber também abriu novos horizontes e caminhos acerca de problemas que foram surgindo e que a ciência posteriormente investiga.

A Filosofia através da sua atitude meditativa, reflexiva, de critica, de dúvida e problematizadora acerca de tudo que a rodeia procura compreender e responder a questões epistemológicas, antropológicas, ontológicas, metafisicas e axiológicas utilizando uma metodologia diferente da ciência.

Enquanto esta reivindica o reconhecimento de toda a comunidade cientifica ou da legitimação do conhecimento cientifico das ciências naturais ou da sua demonstração empírica, a filosofia além de ter problemas específicos ou seja que pertencem apenas á filosofia utiliza outro método em que as teorias desenvolvidas pelos filósofos não exigem legitimação ou aceitação universal e a validação do saber filosófico está pendente da qualidade argumentativa, obrigando o hábito de utilizar conceitos rigorosos e definidos bem como argumentos válidos.


Foi através de questões pertinentes como o da origem do Universo e da natureza, do homem, da civilização e das leis que regem o universo etc. Perguntas estas que importunavam os filósofos desde os pré-socráticos como Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras; Heraclito, Xenófanes etc (Sec.VI e a primeira metade do séc V a.C) que tentaram transferir os seus conhecimentos ou modelos explicativos sobre estes assuntos.

Atualmente vamos adquirindo conhecimento ou teorias cientificas ou filosóficas que podem ser refutadas a qualquer momento (não temos certezas) As duas exigem fundamentação e rigor nos conceitos mas concluindo nenhuma delas pode dar soluções definitivas para problemas que surgem pois estes exigem sempre verificação.
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Matéria do 11º ano 

Uma síntese da:

a) Estrutura do ato de conhecer

b) Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento:

c) Empirismo e racionalismo (Empirismo de David Hume e racionalismo de Descartes

d)Racionalismo de Descartes
pag. 1 e 2 análise fenomenológica

O Problema do Conhecimento

A experiência de conhecer é comum a todos os seres humanos

O que é conhecer?
Quem é que conhece?
O que é que se conhece?
Como se conhece?
Todo o ser humano no seu quotidiano tem a experiência de conhecer várias coisas que vai desde o simples objeto de um lápis até algo mais complexo mas não podemos esquecer que devido á sua complexidade como individuo o nosso entendimento ou a perceção através dos sentidos não depende apenas dos atributos fisiológicos da nossa visão ou da nossa audição pois podemos atingir conhecimentos abstratos, raciocinar e refletir de formas diferentes uns dos outros e manipular a realidade conforme a nossa personalidade.

Embora o nosso conhecimento seja possível inicialmente através da estrutura fisiológica dos nossos sentidos estes captam e dão significado a certos estímulos e ignoram outros.
Todo nosso conhecimento provém ou edifica-se a partir da sensação .

As sensações ou informação que recebemos são decifrados por cada um de nós que chamamos o sujeito de conhecimento. Esta interpretação envolve uma disposição das sensações num todo significativo que é o conhecimento perceptivo ou compreensivo e temos inicialmente a apreensão da realidade. 

Esta captação ou apreensão é que vai retratar na nossa mente, sujeito, a realidade em si mesma.
Recapitulando o conhecimento perceptivo envolve sempre um sujeito (aquele que conhece) e um objeto (é aquilo que é conhecido ou representado na mente). 

Não podemos esquecer que é através dos sentidos (o sujeito) capta ou apreende determinada informação ou dados a que posteriormente confere ou dá significado e edifica ou constrói uma representação mental ou o objeto. 

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Daí que a estrutura do ato de conhecer debruça-se sobre problemas gnosiológicos ou por outras palavras estuda as relações entre sujeito e objeto.

Relativamente ao objeto construído pelo sujeito não é tão linear como parece. Exemplo:

Eu (sujeito) estou a ver um concurso de dança em que participam vários elementos que vão ser avaliados (neste caso os elementos que participam neste concurso serão o objeto-aquilo que é conhecido ou vai ser conhecido). 

Eu (sujeito) apreendo ou construo na minha mente através dos meus sentidos determinados dados e vou construindo uma representação mental ou uma exposição ou por outras palavras vou formando uma opinião mental acerca do objeto, (os elementos que participam no concurso). 

Entretanto estou acompanhada por uma amiga que também está a fazer o mesmo que eu.

Estaremos as duas através dos nossos sentidos a captar o mesmo?
Pode ser que sim mas o mais certo será um não porque o sujeito que conhece (cada um de nós) dá um significado aos dados que recebeu conforme a sua própria estrutura ou seja as suas experiências vividas, os conhecimentos já adquiridos previamente, a influência do meio em que vive, as suas crenças etc. 

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QUADRO – ESQUEMA – O CONHECIMENTO

CONHECIMENTO

SUJEITO OBJECTO REAL 
aquele que conhece aquilo que pode ser conhecido 

SENSAÇÃO múltiplas informações acerca da
Apreende realidade (dados)

PERCEPÇÃO realidade para nós (e não a 
Configura e a realidade em si 
Interpreta 

RAZÃO modelos explicativos, 
Compreende, interpretativos da realidade
Explica e generaliza (o conhecimento propriamente dito)



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CONHECER

É construir representações (objetos gnosiológicos) a partir da relação estabelecida entre sujeito e objeto.
Conhecer é construir representações mentais da realidade.
È o sujeito que conhece,
Aquilo que é conhecido é o objeto,
Por objeto de conhecimento não se compreende a verdade em si mesma mas a sua/nossa representação na consciência.

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Os filósofos desde Platão e Aristóteles e posteriormente , Descartes, Loke, David Hume, Kant, etc sempre se preocuparam com o estudo do conhecimento. 
Houve várias tentativas para se compreender e explicar a forma como o homem conhece como também as coisas que é capaz ( modelos de objetos) de conhecer. 

Também se interessaram com os limites, validade e alcance desse mesmo conhecimento.

As perguntas frequentes são: Até onde podemos conhecer? Será que podemos conhecer tudo? Ou há limites? O nosso conhecimento é conforme o nosso sujeito é constituído? 

Chamamos a estas questões de natureza gnosiológica que levou á existência de várias teorias explicativas do conhecimento.

TEORIAS EXPLICATIVAS DO CONHECIMENTO:


Empirismo, racionalismo, apriorismo, dogmatismo, ceticismo etc.

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Racionalismo Dogmático– defendido por René Descartes (1596-1650) – considerava a razão a fonte principal e verdadeira do conhecimento . A razão distingue o verdadeiro do falso, o conveniente do inconveniente. 

Os racionalistas defendem que é apenas através da razão ou do pensamento que poderemos obter conhecimento factual genuíno ou verdadeiro e qual É INDEPENDENTE DA EXPERIÊNCIA SENSIVEL. TAL CONHECIMENTO SÓ EXISTE QUANDO É LOGICAMENTE NECESSÁRIO E UNIVERSALMENTE VÁLIDO. 
E podemos saber a priori que Deus existe ou que a mente é distinta do corpo. 
Embora não negam que exista conhecimento a posteriori defendem que apelando somente á razão é que se obtém conhecimento que assenta em fundamentações certas ou indubitáveis.

O racionalismo opõem-se ao conhecimento empírico ou ao empirismo. 

Descartes ao fundamentar-se em argumentações metafísicos do conhecimento tenta superar os argumentos ceticos que defendem que o conhecimento não é possível.

DESCARTES COMEÇOU POR DUVIDAR DE TUDO OU DE TODO CONHECIMENTO QUE TINHA ADQUIRIDO.

• Duvida metódica

Colocar tudo em causa para podermos encontrar princípios 

fundamentais e incontestáveis devido aos preconceitos e juízos irrefletidos na infância ou crenças falsas.

Os sentidos nos enganam

Discernir o sonho da vigília ou argumento do sonho

Pode existir nas demonstrações matemáticas equívocos 

Argumento do gênio maligno ou Deus enganador

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A dúvida Cartesiana é:

Metódica (porque vai utilizar o método inspirado na matemática para conquistar a verdade) e provisória. É um meio para atingir a certeza. Diferente dos filósofos céticos portanto não constitui um fim em si mesma. 

Existem quatro regras do método: da evidência, da análise, da síntese e da enumeração. 
Esclarecendo eficazmente as operações elementares do espírito : intuição e dedução

Hiperbólica: Rejeitará como se fosse tudo falso

Universal e Radical: recai não apenas sobre o conhecimento geral mas também sobre os fundamentos e as suas raízes.

A dúvida tem uma função libertadora pois liberta o espírito dos erros que o agitam. Permite que nos aliviemos de superstições e crenças erradas para ser possível reconstruir tudo de novo com fundamentos sólidos .

A primeira verdade: O cogito (penso logo existo) a afirmação da minha existência.
O pensamento refere-se a toda a alma ou atividade consciente.

A existência de Deus 

Como as ideias estão presentes no sujeito elas têm um conteúdo que representam alguma coisa. 

Umas são Adventícias (origem na experiência sensível, barco, bola por exemplo) 

outras factícias ou seja imaginadas ( exemplo dragão, sereia) 

outras inatas que são constituídas pela própria razão ( por exemplo ideias de pensamento e de existência e ideias matemáticas).

As ideias inatas são verdades eternas e inalteráveis, inteligíveis e independente da perceção sensível.

Entre as ideias inatas que possuímos deparamo-nos com a noção de um ser perfeito, omnisciente, omnipotente e perfeito . E a partir daqui demonstra a existência de Deus. 


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Descartes apresenta três provas para demonstrar a existência de Deus:

1ª prova
2ª prova
3ª prova

Continuação na próxima aula

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Uma breve síntese do Empirismo de J.Locke

O Empirismo surge como uma teoria oposta ao racionalismo e é defendida por John Locke . No “Ensaio sobre o Entendimento Humano” de John Locke (1632-1704) ele se interroga sobre a relação entre o nosso pensamento e a realidade, as nossas ideias e as coisas e em que circunstâncias o nosso conhecimento poderá ser verdadeiro? 

Ele é contra o inatismo ou das ideias inatas que provêm de Deus. 

Segundo ele o espírito humano não contem nenhuma ideia, pois todos nós nascemos como uma tábua rasa e o nosso conhecimento é limitado porque não pode ir além da experiência. 

Para adquirirmos conhecimento necessitamos de uma substância ou matéria –primeira, as ideias simples que adquirimos pela sensação ou seja a impressão que os objetos exteriores influenciam os nossos sentidos. 

A noção de ideia em Locke é a mesma que Descartes ou seja o conhecimento é sempre conhecimento de ideias, não conhecemos diretamente a realidade mas as nossas ideias acerca da realidade. 
Locke chama ao conhecimento percepção. Ideias para Locke …são aquilo que conhecemos, uma cor, recordação, uma dor ou uma noção abstrata

(ideias simples – tudo o que o espírito percebe quando pensa ou perceções particulares provenientes da experiência e não examináveis) exemplo: o cheiro de uma flor. 

Ideias complexas : são construídas pelo espírito associando várias ideias simples segundo diversas modalidades como por exemplo a noção de substância.

Qualidades primeiras: as primeiras são qualidades intrínsecas dos objetos exteriores que existem independente da nossa percepção ou entendimento como solidez, numero, movimento, forma, extensão.

Qualidades segundas : equivalem aos poderes que os objetos têm de produzir em nós algumas impressões ou sensações como odores, sons, sabores, cores e que só existem na nossa perceção. 

10.

Exemplo qual é a realidade de uma rosa? A figura, a cor e o cheiro o odor para além destas qualidades sensíveis não sabemos o que é uma rosa. Só sabemos que para além destas qualidades existe algo de misterioso que serve de suporte e que é incognoscível , um não sei o quê, não conhecemos a substância e não sabemos o que é a rosa.

Para Locke não conhecemos o ser das coisas apenas conhecemos aquilo que a experiência nos mostra que é um conjunto de qualidades sensíveis. A Experiencia é pois a origem e também o limite do nosso conhecimento.

Esta doutrina empirista também é sustentada por David Hume em que afirma que todo o conhecimento advém apenas a partir da experiência. Para os empiristas não existem ideias inatas ou seja os conhecimentos adquiridos têm origem da nossa experiência ou aprendizado. 

Conclusão o objeto impõe-se ao sujeito. O Empirismo de David Hume acaba por cair num ceticismo.
O Ceticismo defende que a mente humana não atinge nenhuma certeza acerca da verdade.

Quadro Comparativo;
Racionalismo - Descartes

ORIGEM DO CONHECIMENTO

Racionalismo - Descartes

Todo o conhecimento verdadeiro baseia-se em ideias inatas

PAPEL DA RAZÃO
Fornece os instrumentos fundamentais do pensamento legitimando a verdade e universalidade do conhecimento através das ideias inatas.

PAPEL DOS SENTIDOS 
São vistos como fonte de erro daí não serem esteio válido do conhecimento

PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
Intuição racional e dedução 

VALIDADE DO CONHECIMENTO

Conhecimento é necessário e Universal desde que seja dedutivo e intuitivo 
Só é verdadeira a ideia que dela for deduzido ou inferido

Empirismo de David Hume

ORIGEM DO CONHECIMENTO

A experiência - impressões
Todo conhecimento deriva das impressões ou da experiência

PAPEL DA RAZÃO
Acolhimento e constituição dos dados da experiência. 
Origem empírica do conhecimento decepa a validade universal do conhecimento reduzindo-o a uma simples probabilidade.

PAPEL DOS SENTIDOS 
Os sentidos tem um papel ativo porque é o ponto de partida de todo o conhecimento.
Nada subsiste na razão que não tenha passado primeiro nos sentidos.

PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
A captação sensorial ou sensitiva das impressões e indução fundamenta –se no hábito. (exemplo: os metais com calor dilatam-se – porque se baseia em múltiplas experiências feitas em que o resultado é sempre o mesmo ou seja o calor é a causa da dilatação de certos corpos, neste caso nos metais ) É um hábito e confunde-se com conhecimento. Um dia os metais poderão não dilatar mas contrair segundo David Hume..

VALIDADE DO CONHECIMENTO

Como é construído ou edificado através da indução o conhecimento universal é uma mera probabilidade porque é pouco plausível mas não irrealizável que de premissas verdadeiras resultem uma conclusão falsa. 
Qualquer verdade ou realidade só pode se confirmada ou existente se tiver uma impressão correspondente.

Apriorismo de Kant

Continuação na próxima aula

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Atenção estes apontamentos (DE TRÊS PÁGINAS) relativamente á análise fenomenológica são tirados ou citados da SEBENTA DA AUTORIA DE ELIZABETE SILVA – ( não são da minha autoria)Testes de filosofia 11º ano. Foram feitos exclusivamente para auxiliar alunos que não têm acesso a esta sebenta.

Alguns tópicos relativamente á análise fenomenológica

11. Conhecimento – análise fenomenológica

Nesta relação existe sempre um sujeito e objeto

Sujeito cognoscente – é aquele que conhece e é a parte ativa neste tipo de conhecimento.

Objeto é aquele que é conhecido e que é passivo nesta mesma relação.

O sujeito só o é em relação ao objeto e o objeto em relação ao sujeito, eles são transcendentes um ao outro e estabelecem uma correlação ou conexão.

Neste tipo de conhecimento o sujeito não se pode transformar em objeto e vive versa só se estabelecer uma nova relação de conhecimento

A função do sujeito é apreender o objeto e este tem somente como função ser apreendido pelo sujeito.
(Hartmann)

O conhecimento realiza-se em três tempos: o sujeito sai de si, da sua esfera num movimento mental que lhe possibilita entrar na esfera do objeto (2º momento) em que conhece o objeto e constrói uma imagem mental e finalmente regressa a si com a representação do objeto (3º momento).
O sujeito ao sair de si, altera-se e constroi uma imagem/representação do sujeito.

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Atenção estes apontamentos (de TRÊS páginas ) relativamente á análise fenomenológica são tirados ou citados da SEBENTA DA AUTORIA DE ELIZABETE SILVA – ( não são da minha autoria)Testes de filosofia 11º ano. Foram feitos exclusivamente para auxiliar alunos que não têm acesso a esta sebenta.

Quando um sujeito e um objeto se encontram face a face:

Objeto – passivo nada se altera, o sujeito sofre alteração – ativo e ganha uma imagem ou representação e dá-se o conhecimento.

Em todo o conhecimento um sujeito e um objeto encontram-se face a face – refere-se á análise fenomenológica do conhecimento.

Um sujeito e um objeto frente a frente – o objeto vai ser conhecido pelo sujeito (elemento ativo nesta relação). Terceiro elemento desta relação é a representação/imagem do objeto

Husserl – filósofo alemão do sec XX que se dedicou ao estudo da fenomenologia.

Esta análise fenomenológica do conhecimento não deseja explicar ou construir uma teoria do conhecimento mas somente descrever os vários elementos e as suas tarefas numa relação de conhecimento.

A fenomenologia é uma estudo para a construção de teorias explicativas do conhecimento.

*Sujeito cognoscente – sujeito gnosiológico – apreende ou representa o objeto e é o elemento ativo da relação do conhecimento.



Atenção estes apontamentos (de TRÊS páginas ) relativamente á análise fenomenológica são tirados ou citados da SEBENTA DA AUTORIA DE ELIZABETE SILVA – ( não são da minha autoria)Testes de filosofia 11º ano. Foram feitos exclusivamente para auxiliar alunos que não têm acesso a esta sebenta.

*Objeto conhecido – não se identifica com uma coisa mas é tudo aquilo que é passível de ser capturado, podem ser teorias, pessoas, objetos etc.

*Representação é o resultado do conhecimento e depois de apreendido o objeto de conhecimento fica na consciência do sujeito sob a forma de imagem.

A sensação- é a apreensão das características do objeto

A sensação – é a fonte de onde nos chegam todas as informações

A perceção é o processo de interpretação e organização dos dados da sensação

A sensação e a perceção estão interligadas

A perceção depende dos elementos que derivam da perceção mas também da própria pessoa que vai organizar e configurar dados, logo depende da personalidade das experiências e motivações da própria pessoa.
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PRINCIPIO DA UTILIDADE OU O PRINCIPIO DA MAIOR FELICIDADE é o único critério de moralidade pois o PRAZER E AUSÊNCIA DE DOR – (corresponde para os Utilitaristas felicidade) é a única coisa desejável como fim ou o objetivo último das ações humanas.



Mill prossegue com o problema clássico da filosofia moral. Que critério a utilizar para a distinção do bem e do mal?

As análises relativas á moral defendem que se tem intuição para o bem através do nosso interior mas de uma forma não racional. Em que se baseiam para explicar a origem desse sentimento que nos diz o que é o bem ou o mal? E cai-se no relativismo ou misticismo. Surge então Kant que tenta fugir disto tentando edificar objetivamente a sua moral em princípios a priori que acaba por construir uma moral abstrata desligada da felicidade e do interesse.



Stuart Mill tenta responder alicerçando uma moral intrínseca á vida baseada em princípios que não sejam transcendentes sem cair no relativismo e subjetividade criando a sua ética utilitarista e quer provar que as suas ideias não são calculistas.


Segundo Mill a moral é inerente da politica, do jurídico, da ciência, da ecologia, do social.

Dá vários exemplos que estão atualmente imperantes: contribuir para a poluição devastando espaços verdes em prol de alguns privilegiados. Explorar seres humanos e outros é imoral.


Para este filósofo fazer o bem é adicionar uma porção de felicidade.

As ações são boas quando ajudam a contribuir para a nossa felicidade e para a felicidade do maior número de pessoas. 


O Utilitarismo é um consequencialismo porque devemos escolher uma ação que tem as melhores consequências globais, por exemplo mentir pode ser necessário em ultimo caso para justificar-se em função das consequências. Dá importância aos resultados práticos das ações e não ao agente( pessoa) que a pratica. A moralidade de um ato não se julga pela intenção do individuo mas pelas consequências dessa mesma ação. 


Criticas ao utilitarismo

Um dos maiores problemas que Mill enfrenta é que surgem algumas consequências que entram em controvérsia com o nosso sentido moral. Como apenas as consequências contam para a moralidade da ação, será por exemplo que mentir é mesmo necessário para contribuir para a felicidade do maior numero de pessoas ? Por exemplo um individuo X salva alguém de afogamento mas com um propósito ter uma recompensa. Como no Utilitarismo o que interessa é ação ou a consequência (ter salvo alguém). É considerada uma ação moral independentemente se o agente (individuo X) o fez porque só queria a recompensa. Esta ação é considerada moral. Então no utilitarismo a moralidade é ponderada . 


Devido a certas criticas faz com que Stuart Mill tenha necessidade de distinguir a felicidade de satisfação. 
"Aprendi a procurar a felicidade limitando os desejos, em vez de tentar satisfazê-los." 

Stuart Mill utiliza uma frase celebre que ficou conhecida como: “É melhor ser um ser humano insatisfeito do que um porco satisfeito”.



A felicidade não pertence á satisfação.

Mill faz distinção entre os prazeres físicos e espirituais.
PRAZERES ESPIRITUAIS: 
ALIADOS Á INTELIGÊNCIA, AO CONHECIMENTO,E Á CONSCIÊNCIA. Estes são os mais preciosos e por isso originam maior felicidade.


Curiosidades:

John Stuart foi um filósofo e economista inglês. Pensador liberal e um defensor do utilitarismo. A sua teoria ética no inicio teve influências do seu padrinho Jeremy Bentham. 

Nasceu em Londres em 1806 e faleceu em 1873. Nesta altura a Inglaterra era uma sociedade muito conservadora e quando Mill escreveu “A Liberdade”, publicada em 1859, obra filosófica em que defendia a liberdade moral e económica dando relevância á soberania individual, acabando por provocar algum bulício .

A Inglaterra neste período (1837-1901) via a surgir movimentos defensores de liberdades pessoais e políticas. Surgem movimentos feministas, abolicionistas e cartistas. Vivia-se a Era Vitoriana que apesar de assistir a novas atividades, fossem económicas, sociais ou politicas não foi encarada como uma época subversiva. 



Escrito conforme o novo acordo ortográfico




Pinturas de Auguste François Biard relativa á abolição da escravatura


























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Aulas
         
               11º ano



O que é a Lógica?



É uma disciplina filosófica que estuda a distinção entre argumentos corretos (válidos)e incorrectos (inválidos). È o estudo da validade dos argumentos e divide-se em duas partes: Lógica formal e lógica informal.

A lógica formal estuda os argumentos dedutivos e as condições da sua validade apoiando-se na forma lógica dos argumentos.

A forma lógica informal estuda os argumentos não dedutivos e as condições da sua validade baseando-se em algo mais do que a forma lógica dos argumentos.

E para isso temos que saber determinados conceitos:

O que são argumentos? E proposições ?

O que são argumentos válidos? Distinção entre validade e verdade.

O que são argumentos dedutivos?

Dedução e Indução

Argumentos são relações entre proposições.,( frases declarativas com valor de verdade ou têm valor lógico (V/F)), uma delas (a conclusão) depende das outras (as premissas) quanto à sua justificação,

Só há argumento quando usamos premissas para tentar provar uma conclusão.

Um argumento pode ter várias premissas, mas só pode ter uma conclusão.

Exemplo de uma proposição afirmativa: Os homens são mortais

Os argumentos são encadeamentos de duas ou mais proposições que nos leva a uma conclusão.

Atenção: Para serem argumentos têm que ter conexão lógica entre si

EXEMPLO:
Antecedente Todos os Portugueses são felizes - Premissa
Marco é Português - Premissa

Consequente Marco é feliz - Conclusão

O argumento tem uma inferência ou raciocínio ou seja uma operação que executa uma transição lógica de uma proposição para outra. É a inferência ou a ilação do raciocínio que permite chegar a novas proposições (conclusão), partindo de outras premissas.

Quando um argumento tem uma forma lógica em que a verdade das premissas garante sempre a verdade da conclusão estamos perante um argumento dedutivamente válido.

Quando um argumento tem uma forma lógica em que a verdade das premissas não garante a verdade da conclusão estamos perante um argumento dedutivamente inválido.

Os argumentos dedutivos são avaliados em função da sua forma lógica e da sua estrutura.

Importante:

Pode acontecer que o argumento seja válido ou que a sua estrutura esteja correta e as proposições que o constituem sejam todas falsas.
Exemplo:
Todos os engenheiros são atores - Falso
José é engenheiro - Falso
José é pintor - Falso

A VALIDADE É UM CONCEITO FORMAL QUE DIZ RESPEITO APENAS Á ESTRUTURA DOS ARGUMENTOS. PORTANTO ESTAMOS APENAS A REFERIMO-NOS Á DEDUÇÃO OU INFERÊNCIA DEDUTIVA. ESTA É A ÚNICA QUE PARA SER VÁLIDA DEPENDE EXCLUSIVAMENTE DA FORMA LÓGICA.

O argumento pode ser inválido e no entanto as proposições serem todas verdadeiras
Exemplo:
Todos os animais são mortais - Verdadeiro
Todos os homens são mortais -Verdadeiro
Todos os homens são animais -Verdadeiro

Um argumento para ser válido tem que se cingir a todas as regras formais e se as premissas que o constituem forem verdadeiras, então a conclusão terá que ser necessariamente verdadeira

O seguinte quadro apresenta todas as combinações de verdade e validade. A única combinação impossível é a de uma inferência válida com premissas verdadeiras e conclusão falsa.

Premissas inferência conclusão

verdadeiras válida verdadeira
verdadeiras válida é impossível ser falsa

verdadeiras inválida verdadeira
verdadeiras inválida falsa

****************************************

falsas válida verdadeira
falsas válida falsa

falsas inválida verdadeira
falsas inválida falsa

Assim, se um argumento for válido ou seja que respeite todas as regras formais, e se as premissas que o constituem forem verdadeiras então a conclusão terá que ser necessariamente verdadeira.

Dedução

A inferência dedutiva parte de uma ou mais proposições gerais e conclui uma nova proposição que delas deriva necessariamente.

Todo o homem é racional
Nenhum animal é racional
Nenhum animal é homem

Este silogismo é válido porque obedece às regras lógicas (temos obrigatoriamente que as saber). A conclusão é falsa porque parte de uma premissa falsa.

Parte do universal para o menos geral e a conclusão decorre necessariamente das premissas porque já estava nelas contida.
É impossível que de premissas verdadeiras se extraia uma conclusão falsa e a conclusão é necessária.

A dedução quanto á validade é EXCLUSIVAMENTE FORMAL.

Formas de Inferência Válida: Indução, Dedução e Analogia

Indução:

Partimos de um conhecimento de factos observáveis, particulares e contingentes e concluímos uma proposição universal
Sabemos que o ferro dilata com o calor como também sabemos que este é um metal. Podemos concluir que os metais dilatam com calor.
Partimos de um conhecimento observável ou concreto e concluímos uma proposição universal.

A indução parte do particular para o geral e a conclusão não parte necessariamente das premissas mas aumenta o conhecimento porque o generaliza.

É improvável mas não impossível que tendo premissas verdadeiras se extraia uma conclusão falsa.

A indução quanto á validade é NÃO EXCLUSIVAMENTE FORMAL.

Analogia:

Neste caso a inferência resulta de uma comparação
Parte do particular para o particular e de um conjunto de semelhanças para concluir outras semelhanças e a conclusão não advém necessariamente das premissas e é improvável que de premissas verdadeiras se extraia uma conclusão falsa.

A analogia quanto á validade é NÃO EXCLUSIVAMENTE FORMAL

Enquanto a dedução leva-nos a conclusões necessárias, aceitando a verdade das premissas a conclusão é verdadeira, se o raciocínio for válido, a INDUÇÃO E A ANALOGIA, podem induzir-nos a proposições falsas mesmo partindo de premissas verdadeiras. A relação lógica entre as premissas e a conclusão não é necessária.

Formas de inferência válida
Argumentação silogistica

O silogismo é um raciocínio formado por três proposições. Tendo as duas primeiras premissas segue-se necessariamente a terceira que é a conclusão.
Há uma necessidade lógica entre as premissas e a conclusão.
Se aceitamos as premissas obrigatoriamente temos que aceitar a conclusão.

Exemplo:
M P
Todos os portugueses são inteligentes. Premissa Maior
S M
Todos os alentejanos são portugueses. Premissa Menor
S P
Todos os alentejanos são inteligentes Conclusão

O temo maior P é sempre predicado na conclusão.
O termo menor S é sempre o sujeito da conclusão.
O termo médio M aparece sempre nas premissas mas nunca na conclusão.
Este termo serve de intermediário entre os anteriores e é o que permite a passagem das premissas á conclusão.

Temos que saber:
as regras da validade relativamente aos termos e ás proposições.

Temos que saber:
A forma do silogismo que pode ser caracterizado pelo modo e pela figura.




Continuação

A estrutura e a matéria do silogismo
(As proposições e os termos)


a) As proposições
Respeitando as regras do silogismos:


Todo o silogismo é constituído por três e só três proposições:
Exemplo:
Uma premissa maior é aquela que possuí o termo maior (P)
Uma premissa menor é aquela que contém o termo menor (S)
Uma Conclusão – a que relaciona o termo menor com o termo maior.



Aqui vai o silogismo tão conhecido de Guilherme D,Occam:

Todo homem é mortal… premissa maior (antec)
Sócrates é homem …. premissa menor (antec)
Sócrates é mortal … Conclusão (consequente)

Premissa maior e premissa menor (antecedente)
Conclusão (consequente)

b) Os termos
De acordo com as regras do silogismo formalmente correto (conforme a 1ª regra), são também três os termos que intervêm no raciocínio silogístico:

1) O termo maior (P) – mortal
Mortal é o termo que tem maior extensão

É sempre o predicado na conclusão


2)O termo menor (S) – Sócrates
Sócrates é o termo que tem menor extensão
É sempre o sujeito na conclusão

3)O termo médio (M) homem

Homem;
Homem é o que permite a passagem das premissas á conclusão,
Estabelece uma ligação entre S e P,
Tem um função de mediador ou de intermediário,



Não esquecer (neste caso ou neste silogismo do exemplo dado) Homem figura nas duas premissas mas nunca na conclusão.

Dedução silogística
• Os princípios e as regras

Os princípios
O valor e a legitimidade do silogismo formalmente correto:

Tem 3 regras:

. o principio lógico da identidade

Duas coisas iguais a uma terceira são iguais entre si.

Se P é M e S é M, segue-se necessariamente, que S é P


. o principio lógico da discrepância
Duas coisas, uma das quais é idêntica a uma terceira e a outra não, são distintas entre si.

Se P é M e S não é M, segue-se necessariamente, que S não é P


.o principio “Dictum de omni, dictum de nullo”
Tudo o que se diz do Universal há que afirmá-lo de cada individuo
Tudo o que se nega do universal há que negá-lo também de cada individuo
Se o homem é mortal, Joaquim (e cada um dos homens) será também mortal.


As Regras:
Existem oito regras particulares.
As quatro primeiras referem-se aos termos,
As quatro regras seguintes referem-se ás proposições.

As regras relativa aos termos:

1ª regra:
Não pode existir mais de três termos: maior, menor e médio.

Exemplo: As rosas são flores. Algumas mulheres são rosas. Algumas mulheres são flores.

Este silogismo tem quatro termos. O termo rosa é equívoco, vale por dois termos. De três termos passa-se para quatro termos. Este silogismo é inválido.

2ª regra:
Os termos não podem ter maior extensão na conclusão do que nas premissas.

Todo o sábio procura o saber. Todo o sábio é homem. Todo o homem procura o saber.

Infringe a 2ª regra
Homem – maior extensão na conclusão.
Todo Homem – Universal
Nas premissas – apenas uma parte da sua extensão
Todo o sábio


3ª regra:
O termo médio há-de tomar-se em toda a sua extensão ao menos uma vez (isto é universalmente).

O chumbo é pesado. O ferro é pesado. O chumbo é ferro.


Explicação na distribuição de termos: para entender melhor a 3ª regra.

Pesado – termo médio – nunca entra na conclusão.
O chumbo é pesado – é particular e não universal

Prop. De tipo A – Todos os homens são animais
Todos os homens são (alguns) animais

Prop. De tipo I Alguns homens são santos
Alguns homens são (alguns) santos

Prop.de tipo E Nenhum homens são anjos
Nenhum homens são(todos) anjos



Prop. Tipo O Alguns homens não são loucos
Alguns homens não são (todos os) loucos


A distribuição dos termos nas proposições relativamente ao sujeito.

Nas proposições A e E o termo relativo ao sujeito é universal.
O sujeito encontra-se distribuído

Nas proposições de tipo I e O o termo referente ao sujeito é particular, refere-se apenas a alguns elementos. Daí que não se encontra distribuído.

A distribuição dos termos nas proposições relativamente ao predicado.

No que se refere ao predicado ele apenas se encontra distribuído nas proposições negativas(E e O).

Nas proposições afirmativas (Ae I), não está distribuido.


Um termo é considerado Universal quando o termo que ocupa o lugar do sujeito na proposição costuma ser antecedido por todos ou nenhum.
Ou seja um termo é Universal quando este se refere á totalidade da sua extensão.

Um termo é considerado particular quando se refere apenas a uma parte da sua extensão.
O termo que ocupa o lugar de sujeito na proposição é antecedido por Alguns; certos, etc.




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Aulas

      10º ano


Matéria do 10º ano



Os Valores – Análise e compreensão da experiência valorativa 



No nosso quotidiano estamos constantemente a emitir juízos.

Isso acontece quando expressamos os nosso sentimentos, os nossos gostos ou avaliamos uma
situação, uma ação, um acontecimento. O ser humano faz diariamente um registo valorativo
acerca de tudo que o rodeia. Aprecia, prefere, escolhe, deseja. Tem um ideal ou um padrão de
ser ou de agir, que uma sociedade idealiza. Os valores adquirem a sua importância conforme o
contexto histórico, social, económico e politico que está inserido. Estes não existem por si
mesmos. Eles dependem sempre de um sujeito. Surgem-nos como simples qualidades: a
beleza de um quadro. O agrado ou desagrado perante uma situação ou perante um objeto.etc.

Quando emitimos um Juízo de Valor acontece quando preferimos alguma coisa em
detrimento de outra. Escolhemos, apreciamos, valorizamos. (exemplo: Gosto da pintura
impressionista.) ( exemplo: o quadro de Monet “Impressão, nascer do Sol” é belíssimo) Este
juízo de valor exprime uma preferência. É de natureza sensível, emotiva, subjetiva, afetiva e
relativa porque é discutivel. O facto de um individuo x gostar desta pintura não significa que
todos os indivíduos gostem ou tenham preferência por este tipo de pintura.

Mas no nosso dia a dia também descrevemos outro tipo de Juízo. Emitimos juízos imparciais e
neutros relativos a factos ou acontecimentos reais sem qualquer interpretação ou apreciação
por parte de um individuo ou sujeito Estes juízos são conhecidos por Juízos de Facto.
(exemplo: “Nascer do Sol” é uma pintura de Monet), ( exemplo: Lisboa é a capital de Portugal).
São factos reais e verificaveis pois não dependem da subjetividade do sujeito.



Ao falarmos na subjetividade do sujeito temos que falar que existem duas conceções
relativas á natureza dos valores, uma objetiva outra subjetiva.

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Uma afirma que os valores valem por si próprios – conceção objetiva de valor

Exemplo: O amor, paz, respeito, solidariedade, igualdade e tolerância pelo próximo etc.
Fazem parte da Declaração dos Direitos Humanos. Todos os seres humanos têm direito e
devem usufruir destes valores. Daí que alguns filósofos os designam em universais e
absolutos.

Max Scheller (1878-1928) é um filósofo alemão representante do objetivismo moral.

A solidariedade como os outros valores acima descritos são valores morais/politicos.



Conceção subjetiva de valor – resulta de uma escolha ou apreciação do sujeito.

Exemplo: Para o Paulo a pintura expressionista é belíssima .

Para a Ana a pintura expressionista não é bonita.

Neste caso estamos perante um valor estético. Dizem respeito ao belo, ao feio, ao
rude, ao suave ao sublime etc. O que há de carateristico neles é que implicam um
dever ser mas não um dever fazer. Quando se vê um belo monumento , vê-se
também que assim deve ser mas não um dever fazer.



Com valores morais ou religiosos há uma implicação de um dever fazer, por
exemplo, roubar, assassinar são ações más e moralmente são consideradas de
índole criminosa. Não se deve fazer. Do ponto de vista religioso é considerado um
pecado o que implica o não fazer.



É preciso lembrar que a vida é algo muito complexo e precioso e não se cinge apenas
ao não dever fazer ou dever fazer de uma forma tão linear. Com múltiplos problemas
que vão surgindo na sociedade e no mundo, qualquer ação, ou escolha por parte de
um ou mais indivíduos está intrínseco vários valores que são analisados e discutidos
de uma maneira responsável e conscienciosa por várias entidades com legitimidade
para isso. (mais á frente podemos estudar isto através das normas jurídicas, normas
Morais; Funções do Estado; )



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Concluindo:

Verificamos que nestes valores estéticos, éticos, religiosos etc existe sempre uma
escolha e uma ação por parte do sujeito logo são subjetivos.



Como podemos ver através destes exemplos que :

O objetivismo axiológico é aquele em que o valor existe independente de cada
individuo. Há valores absolutos, incorporados neles próprios que se impõem por si mesmos e
não dependem de um sujeito e ultrapassam ou transcendem o ser humano.

O objetivismo axiológico vai ser defendido por uns e criticado por outros e vamos verificar isso
através do (1) relativismo cultural.

Exemplo: O bem e o mal, valores defendidos como absolutos(objetivismo axiológico) por
filósofos tradicionais como Platão por exemplo que acabam por ser postos em causa pelos
(2)sofistas na Grécia.

O racismo/escravatura – por exemplo – numa dada época foi aceite e mais tarde é
considerado um crime contra a humanidade. Podemos verificar que numa época não era
considerado um atentado contra um grupo de seres humanos mas a partir de um determinado
espaço e tempo começa a ser visto como um crime horrendo.



Numa determinada época – racismo é tolerado e aceite

Numa outra época – racismo – não é tolerado, não é aceite, é um crime – vai contra os Direitos
Humanos.

Verificamos que valores como justiça, tolerância, Igualdade etc não foram praticados numa
sociedade esclavagista. Numa sociedade em que se praticou a escravatura estes valores
não corresponderam ao significado que atualmente damos ou valoramos. A universalidade
exigida por alguns filósofos relativamente a estes valores foram relativizados num
determinado contexto histórico, pois oscilaram, dependeram do ideal ou de um padrão
exigido numa determinada época.



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Se o objetivismo axiológico é defendido por uns e posto em causa por outros o mesmo
acontece com o subjetivismo axiológico.


O subjetivismo axiológico 
O valor depende do sujeito, dos seus sentimentos, das suas escolhas ou apreciações,
da subjetividade humana ou coletiva. Aqui os valores são contingentes e variam , pois
cada individuo determina individualmente o valor das coisas. Esta perspetiva leva-nos
a defender um subjetivismo e relativismo axiológico.




Relativismo cultural – diferenças culturais entre povos, diversidade cultural. Exemplo – Na China
contemporânea, no povoado mosuo de trinta mil pessoas, ás margens do Lago Lugu há uma sociedade
matriacal. Não existem os papeis de pai ou marido. Os homens fazem atividades domésticas e são
comandados pelas mulheres. O nome da família são passados de mãe para filha. (enciclopédia livre –
Wikipédia)



(2) Sofistas – ( No sec V a. C na Grécia) surge uma classe de pensadores ou professores itinerantes que
ensinavam de cidade em cidade a arte de argumentação ou seja a arte de bem falar ou de persuadir o
publico. Estes ensinamentos destinavam-se principalmente aos jovens atenienses que queriam seguir
uma carreira politica. Como viajavam de terra em terra foram observando que determinados valores
variavam conforme a cultura e as crenças de cada povo. O Bem e o Mal – valores considerados
absolutos e universais pelos filósofos tradicionais como Platão e através dos Diálogos de Sócrates são
postos em causa.



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Caraterização geral dos valores 


Os valores têm um valor positivo e outro negativo. Exemplo: Bom/Mau; Feio/Bonito. Estamos
perante uma das caraterísticas dos valores, a SUA POLARIDADE ou BIPOLARIDADE.



Cada cultura ou sociedade, ou cada individuo dá mais primazia ou prioridade a determinados valores
do que a outros ou valoriza mais um valor em detrimento de outro. Chama-se a isto uma
hierarquização ou tábua de valores. Esta hierarquização ou tábua de valores está sempre
associada á vivência e ao meio ou cultura do individuo em que alguns valores têm mais ênfase ou mais
importância que outros.



As avaliações dos valores divergem em consonância com a época e com o tempo, oscilando mas
também há valores essenciais que se mantêm ao longo da história independentemente do lugar e
do tempo como a Vida, o Amor, a Justiça etc apresentando um sentido imperativo, forte. Chamamos
a esta caraterística Historicidade.




Há valores que têm um sentido imperativo, absoluto e que são orientadores ou guias para
determinadas ações humanas, estes são considerados universais mas também há valores relativos
que dependem de uma época e cultura. Estamos perante a sua Absolutividade e relatividade.





Há diferente tipos de valores 


Tábua de Valores de Max Scheler e Ortega Y Gasset 


Valores religiosos, espirituais, vitais, úteis



Valores religiosos: divino/demoníaco ; sagrado/profano




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Valores espirituais: 
Ligados á realização humana: conhecimento/erro

Éticos: justo/injusto



Estético: gracioso/tosco






Valores Vitais: 

Que dizem respeito á vida humana: são/doente; enérgico/inerte



VALORES ÚTEIS:

Relacionados com as necessidades do nosso quotidiano:

Necessário/supérfluo; abundante/escasso



Critérios Valorativos:

Desde sempre que o Homem se deparou com situações extremamente difíceis e
problemáticas que exigem dele opções ou escolhas. Atualmente Enfrentamos
problemas ecológicos, económicos, políticos, éticos, bioéticos, humanitários etc. Cada
ação implica responsabilidade e uma decisão ou critérios valorativos.

Critérios antropológicos, consensuais ou de argumentação, critério da
democracia.

Critério antropológico – Valores relacionados com a dignidade humana. Todo o ser
humano valoriza a liberdade, justiça, paz etc .




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Critério consensual ou de argumentação – Tem valor o diálogo onde se poderá
esclarecer dúvidas, ideias, decisões, interesses etc. Os filósofos K.O.Apel e J.Habermas
privilegiam o diálogo entre as pessoas, as comunidades, os países até á escala
internacional. Dão relevância á comunicação e argumentação entre os indivíduos pois
assim sendo as escolhas e decisões tornam se mais coesas e mais próximas da verdade
resistindo aos contra-argumentos. A validade ou a norma de um principio fica mais
forte quando é feita através da discussão ou comunicação.

Critério da democracia – Tem valor algo que foi escolhido maioritariamente. Tendo
valor algo que possa ajudar com o bem ao maior numero de pessoas.

Este critério pode ser posto em causa porque não é objetivo ou seja aquilo que a
maioria dos indivíduos considera valioso ou com um critério valorativo elevado não
significa que assim o seja. Mas tendo em conta o critério de argumentação aquilo, que
a maioria prestigiou ou valorizou é aceite.





Reflexão e meditação sobre os critérios valorativos. Conflito entre
valores.



O ser humano vê-se perante um quadro de múltiplas escolhas. Paz ou guerra ? Lucro
ou honestidade?

Somos confrontados diariamente com dúvidas e com conflitos interiores em que os
valores são questionados.


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Existem casos que nos fazem refletir e surgem os conflitos de valores
como:

Matar em legitima defesa como matar em situação de guerra é aceitável? Roubar para
matar a fome deve ser considerado crime? Mentir para poupar um amigo de um
desgosto estará certo ?

Tomar medidas de austeridade por parte de um determinado governo como acontece
em Portugal sobrecarregando e asfixiando financeiramente indivíduos com poucos
recursos económicos em prol do desenvolvimento do país ou da sua reestruturação
estará moralmente certo?

A poluição atmosférica é causada na maioria das vezes pelo setor industrial. Sabemos
que este é necessário para o desenvolvimento económico de um país e devido a este
fator muitas vezes se negligencia a forma como certos detritos são evacuados criando
situações de doenças para o ser humano e para o meio ambiente, acarretando
situações como poluição das águas, dos rios, dos mares etc.criando um desiquilibrio
ecológico. Verificamos continuadamente que se dá prioridade ao lucro á riqueza em
detrimento da saúde do nosso planeta

Mais uma vez surgem valores em conflito: O lucro e riqueza? Ou o bem estar do ser
humano? Ou a saúde do nosso planeta ? Estamos perante um problema ecológico,
moral, e económico.

Atualmente já se está a contribuir para estes desiquilibrios encontrando-se soluções. A
responsabilidade ambiental não depende apenas dos empresários mas também de
cada cidadão.




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Outro caso que quero expôr e que nos mostra como o Homem vê-se perante situações
de extremo onde as suas escolhas são determinantes e com consequências
avassaladoras para a humanidade. Históricamente temos casos perturbadores onde a
conflitualidade dos valores são visíveis e testados a todo o momento.

No fim da 2ª GG. Mundial (1945) Os Estados Unidos da América bombardearam
Hiroshima e seguidamente Nagasaki com engenhos nucleares. A decisão de lançar as
bombas sobre o Japão foi feita pelo Presidente Harry Truman, que estava a substituir o
falecido Franklin Delano Roosevelt. Esta escolha foi tomada porque o presidente H.T
queria terminar com a guerra o mais rápido possível e o Japão não se queria render.

A segunda decisão foi as escolhas dos alvos, Hiroshima e Nagasaki que segundo
reza a história eram as cidades do Japão mais desenvolvidas industrialmente. Não foi
uma escolha aleatória. Nesta opção estavam interesses políticos e económicos
imiscuídos. Com o fim da 2ª GG estas cidades tinham grande relevância para o Japão
que viria a ser a única potência a fazer frente aos E.U.A desequilibrando o fluxo de
capitais e mercadorias.

Conclusão: Esta decisão provocou milhares de mortes e civis (inocentes). Muitas
destas pessoas foram morrendo lentamente com doenças relacionadas com a
radioatividade.



Neste pequeno texto temos duas decisões tomadas: A primeira é acabar com a guerra
através de um ato desumano. Mas se não fosse assim como seria? Haveria mais
mortes ? A guerra prolongar-se-ia ?



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Esta decisão foi cimentada ou elaborada pelo governo dos Estados Unidos porque
estava preocupado com o sofrimento das pessoas ? e queria pôr fim à guerra ? Ou por
detrás desta decisão há interesses políticos e económicos ?

Na segunda decisão pode se verificar que a escolha dos alvos foi premeditada.



Há uma conflitualidade dos valores.



A primeira conclusão leva-nos a refletir que:



Há um Conflitualidade de valores ?

O poder económico (valor material – dinheiro ) sobrepõe-se aos valores Éticos (valores
espirituais-lealdade; vida; justiça; verdade etc) ?



A segunda reflexão leva-nos a questionar:

Foi a solução certa ? Foi necessário um ato violento, bárbaro, de destruição, matando
milhares de pessoas porque se não fosse esta decisão tomada prever-se-ia mais mortes do
que as que houve ?

Guerra para obter a paz ?

Como podemos verificar toda a nossa vida é rodeada de valores e que oscilam
permanentemente conforme as situações ou contextos históricos, políticos etc em que estão
inseridos. Já vimos que não é uma tarefa fácil.

Nesta ação podemos ver que o poder económico/financeiro(valor material) tem maior
relevância que qualquer outro valor.



A morte de muitos civis é afastada para segundo plano e relativizada,
Quanto á Segunda decisão tomada a informação que nos chega é que os alvos não
foram escolhidos ao acaso.















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