Filosofia 11º ano

O absurdo e a finitude (texto e relação com a filosofia de
Albert Camus (07.11.1913/1960)) 

Perguntar pelo sentido de vida é desejar que exista respostas para as nossas dúvidas existenciais mas a limitação, finitude e contingencia intrínseca ao ser humano não o deixa ver para além de... 

Sto. Agostinho dizia: como o homem conhece a alma? as ideias ? - por meio da teoria da iluminação. 
Como conhecemos esta teoria? Através da fé ou da razão? Ele nunca separou uma da outra. Mas uma parte da humanidade tem ânsia de conhecer a verdade através da razão, do raciocínio. 

O Homem deseja respostas baseadas em argumentos racionais, seguros, fidedignos, exatos. Como podemos possuir tudo isso se a própria vida significa um enigma? Ela é inexplicável e incompreensível mas fazemos parte dela, daí a nossa existência ter tanto de absurdo como de incompreensível. 

O Ser humano luta constantemente por um porto de abrigo, por segurança, por algo que faça sentido e que diminua a sua angustia, o seu vazio, a sua solidão. Refugia-se na família, nos amigos e muitas vezes , quando gosta do que faz, no trabalho e finalmente (os crentes em Deus) .

Mas a insatisfação, este elemento que nos é tão próprio e peculiar, faz-nos sentir insaciados, agitados e novamente nada faz sentido.

Então desorientados procuramos desesperados por certezas, a busca pela verdade, pela realidade, enfim por algo que elimine este sentimento ou esta ferida. Algo que dói e que se sente. Onde? 

Os cientistas, médicos e outros chamam de corpo, coração, mente etc; os filósofos dividem-se uns chamam de mente outros de alma; 
as pessoas é conforme as suas crenças; mas o problema continua. 

Sabemos que sofremos, que doí, mas não é do pé, não é da cabeça...será a alma? Ou é do nosso cérebro?
Expliquem-me o que é alma? Quero respostas através da via da razão.

Em determinadas áreas funciona a objetividade, ainda se consegue encontrar progressivamente explicações mais ou menos criveis mas relativamente aos assuntos metafísicos ou antropológicos e mesmos ontológicos não conseguimos obter respostas concretas mas sim suposições . 

Muitos horizontes e caminhos são abertos por homens geniais, inteligentes, audazes, talentosos, cientistas, físicos, filósofos etc., e não conseguem dar uma explicação verdadeira e com sentido para todos os fenômenos que vão acontecendo no nosso quotidiano, na nossa vida, no mundo ou neste universo. 

Na vida só há uma uma unica certeza é que a morte nos espera. É a unica verdade se consideramos verdade neste caso algo que é; que acontece.. ou tem sempre acontecido da mesma maneira.

E para finalizar o Homem encontra algo mas através da fé (que não se explica racionalmente) para minorizar todo o sofrimento e chama-lhe Deus, Amor, Universo, Tudo, Amigo, Pai, Jesus, O Bem...porque é o único que nos compreende, que nos ama, sejamos pobres ou ricos, feios ou bonitos, com defeitos e virtudes e assim sucessivamente...


II 

O Absurdo e finitude com:

Albert Camus foi um pensador que defendia a existência humana como um absurdo 

continua na próxima aula









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Poemas de filósofos: Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"; 








Citação de Albert Camus



"Tarde te amei" vídeo de Sto. Agostinho




Sabedoria do Mundo

Não fiques em terreno plano.
Não subas muito alto.
O mais belo olhar sobre o mundo
Está a meia encosta.

Friedrich Nietzsche, in "A Gaia Ciência"
Tema(s): Sabedoria


"Vou-lhe dizer um grande segredo, meu caro. Não espere o juízo final. Ele realiza-se todos os dias."
Albert Camus

"Tarde te Amei" Confissões de Sto Agostinho em vídeo

Sto.Agostinho nasceu em Tagaste (Numidia) no ano 354. Filho de pai pagão e mãe cristã. Foi educado no cristianismo pela mãe.

Em Milão ao conviver com Santo Ambrósio levou-o a converter-se ao cristianismo (ano 386) (pois na juventude abandonara esta doutrina).

Sto. Agostinho não é um filósofo se entendermos como filósofo alguém que se confina ao que pode ser conhecido racionalmente, sem invocar a fé e que recorre a uma argumentação racional. Só é considerada uma atitude filosófica/racional quando se demarca a razão da fé. Cada uma tem o seu próprio espaço e competências.

Sto. Agostinho nunca se preocupou em delimitar ou separar a razão da fé. Esta atitude augustiniana não é arbitrária, pois baseia-se em condicionamentos de índole histórico e cultural, como também foca o homem cristão que é considerado como um ser caído e resgatado de acordo com a antropologia cristã.

Na Antropologia de Sto. Agostinho podemos verificar uma forte invocação ao nosso interior, "Não saias fora, volta-te para ti mesmo; a verdade habita no homem interior"

"A busca da verdade não se acha no exterior, no conhecimento sensível mas na intimidade da consciência, na experiencia que o homem tem da sua própria vida interior"

A importância que Sto.Agostinho dá á interiorização ou o olhar para dentro de nós, é o ponto inicial e fundamental de um processo ascendente que leva o homem para além de si mesmo que designa por auto-transcendência.


Neste processo de auto-transcendência a primeira coisa que o homem tem noção é que a sua natureza é mutável ou alterável mas também encontra dentro de si verdades imutáveis ou fixas. Estas possuem elementos superiores à natureza da alma. São ideias que o homem tem em si mesmo e que lhe são superiores.

...As ideias estão em Deus como moldes das realidades mutáveis.
...O homem conhece as ideias ou a alma humana através da TEORIA DA ILUMINAÇÃO. Através desta teoria a alma conhece as verdades imutáveis por uma luz divina...

...AS DUAS CIDADES em Sto. Agostinho é uma concepção do foro moral porque refere-se à verdadeira felicidade que consiste em amar Deus e a malvadez baseia-se em afastar-se Dele, pois o ponto fulcral mesta última é atingir a felicidade através de bens mutáveis. E assim este pensador define a existência de dois tipos de Homem; aqueles que se amam a si mesmos até ao desprezo de Deus; e os outros que amam Deus até ao desprezo por si próprios. Os primeiros criam a CIDADE TERRENA; os segundos A CIDADE DE DEUS.

...a terrena amor próprio e desprezo a Deus; a celestial - o amor a Deus e o desprezo por si.

...A CIDADE TERRENA pertence aos príncipes, Estados ou Países que se encontram subjugadas ao poder, á cobiça, á ambição etc.
... NA CIDADE CELESTIAL predomina a solidariedade e harmonia entre os governantes e os súbditos.

Mas como o Homem Cristão é um ser caído e resgatado ou salvo, segundo Sto Agostinho, resta-nos a nós a esperança de construir um mundo melhor e quem sabe também seremos salvos. Sto. Agostinho antes de se converter ao cristianismo também "provou" de determinados "pecados", como da voluptuosidade. 












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Um breve comentário ou opinião pessoal sobre este vídeo e relacioná-lo com alguns temas filosóficos.

Filosofia 11º ano ANÁLISE FENOMENOLÓGICA DO CONHECIMENTO

DESCRIÇÃO FENOMENOLÓGICA DO CONHECIMENTO
O IDEALISMO E O REALISMO
O QUE É O CONHECIMENTO? O QUE É A REALIDADE ?

O tema abordado nestes vídeos ”Universo Holográfico…É tudo uma ilusão?

No ” Universo Holográfico” apresenta uma teoria muito curiosa (ano 2010) por parte de alguns cientistas que investigam sobre os nossos cinco sentidos e como eles percecionam o que denominamos por “ mundo exterior” . 

No vídeo apresentam uma determinada tese ou teoria que  respondem ás seguintes questões : 



Como captamos a informação que ocorre “ da realidade” ? 
De que é feito o mundo exterior ? Este universo é uma sombra? 
O mundo exterior não passa de uma quimera? Quem criou o Cosmo? Ou simplesmente surgiu do nada? Quando emergiu ? E Como? O Cosmo é eterno ou Tem fim?

No inicio do  vídeo esclarecem que a teoria que apresentam não é um pensamento filosófico mas sim factos comprovados pela ciência.

Há um segredo por trás de toda a matéria que “ subsiste “ no universo.. Segundo a ciência moderna existe uma enorme diferença entre a realidade significativa e o que se supõe ser plausível .

A verdade é que estes temas são objeto de estudo não só por parte dos cientistas como também dos filósofos. 

A teoria exposta por estes cientistas  consideram que os seres humanos só têm perceções ou ideias de…não acedem á verdadeira “realidade”…essa como a pensamos é uma quimera.

Por exemplo: Quando observámos um pássaro ou um avião, eles são reais? Existem? 

Segundo o  argumento exposto por eles, (pássaro, bola etc.)  são apenas objetos que estão no nosso cérebro e não no exterior. O facto de vermos um pássaro é devido ás partículas de luz emitidas pelo nosso cérebro… etc. etc.





II

Em filosofia também estudamos determinadas teorias que tentam explicar ou interpretar a nossa atividade cognoscitiva, embora se distinga CONHECIMENTO DE REALIDADE.

O QUE É O CONHECIMENTO? Este relaciona-se com a questão O QUE É A REALIDADE?

A realidade pode ser definida com o que nos é presente na experiência, na rotina, hábito, na prática; ou o que se opõe ao nada, ao ilusório, ao aparente, ao fictício; o que é ou que existe( o ser, o existente, o real); o que é meramente realizável; a forma como as coisas nos aparecem ou o que nos é explicado pelo conhecimento cientifico. 

Como podemos verificar o conceito de realidade não é fácil de definir. No entanto podemos ligar este conceito ao redor de duas direções . Temos de um lado “uma realidade” que nos pode ser dada através da experiência em geral e por outro, pode ser o que não sendo enganoso, constitui algo estável e permanente, podendo ou não ser passível de se conhecer. 

É precisamente neste ponto “ O QUE É A REALIDADE ?” que no ”Universo Holográfico…É tudo uma ilusão ?” os cientistas dizem TER ENCONTRADO factos comprovados pela ciência QUE EXISTE UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE A REALIDADE SIGNIFICATIVA DAQUELA QUE É SUPOSTO SER A VERDADEIRA REALIDADE. 

E MAIS, (segundo os cientistas) O HOMEM É UMA IMAGEM E TODA A EXPERIENCIA É TEMPORÁRIA E ILUSÓRIA.

Também em filosofia estudamos várias probabilidades sobre a possibilidade do conhecimento da realidade.

continuação

Em Kant o nosso conhecimento da realidade é limitado pelo tempo e espaço. Só podemos conhecer os fenómenos que nos são facultados no espaço e tempo. Não podemos conhecer o mundo inteligível ou o númeno (coisa em si mesma) porque apenas pode ser pensada e que é incognóscivel.

Como Kant, temos outros filósofos que defendem várias teorias sobre a possibilidade do conhecimento da realidade.

Não deixa de ser interessante como no ”Universo Holográfico” …É tudo uma ilusão mencionam questões de cariz filosófico mas com outra configuração.

Vejamos: 

Como captamos a informação da realidade?

Como vemos?

Este Universo é uma sombra?

Se todos os eventos físicos que conhecemos são essencialmente perceções o que é o nosso cérebro? 
(pergunta feita á conclusão que o universo ou o mundo exterior está dentro do nosso cérebro, ou seja durante a nossa vida, este jamais se confrontou com a fonte original da matéria existente fora de nós)

Onde está o “eu” a pessoa que usa o cérebro?

Quem é que se dá conta da ação do conhecimento?
(pergunta que tem como resposta: S.Francisco de Assis dizia: Procuramos aquele que vê)

E por fim concluem que o ser metafísico que usa o cérebro, que vê e sente é o espírito e o que se denomina por mundo material é o agregado de perceções vistas e sentidas pelo espírito. O que acaba por ser inquietante a limitação dos nossos sentidos (do homem). 

Na ciência reconhecer que o ser humano é apenas espírito (por  um grupo de cientistas,  defensores desta tese) para outros  é um choque (para os que refutam esta teoria), novidade para outras áreas de estudo , para os leigos é algo de novo, invulgar e também colossal.

 Tenho que admitir que a ciência sofreu grandes alterações como já temos verificado neste e noutros vídeos. Podemos dizer que houve uma mudança de paradigma. 

É precisamente este  filósofo Karl Popper  (28.07.1902/17.09.94)     que ao defender a sua doutrina, mais conhecida por Racionalismo critico,  vem ao encontro do meu raciocínio. Ou seja  quando adquiro conhecimento de várias teorias e que divergem umas das outras fico  na dúvida. Afinal qual das duas é verdadeira?
É no Racionalismo Critico que  nos fala da impossibilidade, em ciência, de provar  autenticidade de uma teoria. Pode-se sim comprovar que ela é falsa. Na ciência as certezas são temporárias e não definitivas. A averiguação cientifica não resulta por indução mas por tentativas, refutações etc é sempre uma trabalho inacabado. K. Popper trocou o critério de verdade pelo de verosimilhança. Só assim é que a ciência avança ou progride.

Embora não possamos esquecer que a ciência é formada por comunidades ou grupos de cientistas e nem sempre a comunicação entre eles é acessível principalmente quando existe rivalidade entre duas teorias que se contradizem. 




Com a evolução da ciência moderna, esta afastou-se do padrão de conhecimento exacto ou absolutamente verídico e objetivo. Há sim como dizia Kuhn mais do que objetividade convém permanecer uma certa intersubjectividade. 



FILOSOFIA DO 11º ANO - Contextos
Estudar:
ANÁLISE FENOMENOLÓGICA DO CONHECIMENTO. Edmund Husserl (1859-1938) estuda a estrutura geral dos fenómenos.

Segundo este nosso filósofo para que haja conhecimento é necessário a existência de dois elementos, o sujeito, aquele que conhece, e o objeto aquilo que é conhecido. O conhecimento é impossível sem estes dois elementos. 

A fenomenologia é uma discrição pura porque o que interessa aqui é focar o que designa ser objeto e sujeito e que tipo de relações existem entre eles. Na ANÁLISE FENOMENOLÓGICA não há uma preeminência do sujeito em relação ao objeto e vice versa. Há uma mutua necessidade no ato de conhecer. 

Posteriormente á análise temos a descrição fenomenológica do conhecimento.

Descrição fenomenológica do conhecimento.

Existe sempre dois elementos um sujeito e um objeto. Chamamos sujeito cognoscente aquele que conhece, sendo este a parte ativa nesta relação e o objeto é aquele que é conhecido e tem uma atitude passiva.

Este conhecimento dá-se da seguinte forma: O sujeito sai de si, da sua esfera, numa deslocação mental que lhe possibilita entrar na esfera do objeto (2º momento) em que conhece o objeto, fabrica uma imagem mental e por fim retorna a si com a representação do objeto (3º momento).

O sujeito ao ausentar-se de si, modifica-se e constrói uma imagem ou representação do sujeito.

Podemos então perguntar o seguinte:

Será que a afinidade do ser humano com o mundo exterior é principalmente de natureza cognitiva?

É claro que não porque antes de conhecermos algo “objetivamente “ temos também uma relação prática, afectiva e utilitária com as coisas ou com o mundo.


Segundo Karel Kosik não há de um lado um sujeito abstrato e do outro uma realidade que ele irá entender ou conhecer de forma objetiva. O sujeito interrrelaciona-se com a realidade e é daí desse método que o conhecimento surge. 

Conclusão caracterizar o objeto é também construi-lo. O que acontece é que deixa de existir sujeito/objeto e passa a acontecer uma interação entre os dois. 

Separar o sujeito do objeto não faz sentido e não cria conhecimento porque no ato de conhecer existe determinados fatores que não passam despercebidos: significações e referências que são intrínsecos ao nosso mundo individual, pois cada individuo constroi formas de pensar sentir, agir etc que fazem parte das experiências, vivências, crenças e do meio cultural em que cada um de está inserido. 

São estes fatores mencionados acima que intervêm no modo como percecionamos as coisas, de tal forma que dependemos dela para formarmos a representação dos objetos externos. 

As representações dependem também da nossa interpretação e não apenas dos nossos sentidos. 


Este poema de António Gedeão transmite precisamente como cada ser humano perceciona o mundo de forma diferente porque existem fatores que vão interferem no ato de conhecer. 


Impressão Digital

Os meus olhos são uns olhos, 
e é com esses olhos uns 
que eu vejo no mundo escolhos, 
onde outros, com outros olhos, 
não vêem escolhos nenhuns. 
Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz! 
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz. 
Pelas ruas e estradas 
onde passa tanta gente, 
uns vêem pedras pisadas, 
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!



Inútil seguir vizinhos, 
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos! 
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes. 
Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes! 
in "Movimento Perpétuo", 1956 

IV

O IDEALISMO E O REALISMO
São as teorias estudadas em filosofia sobre a natureza do conhecimento.

O IDEALISMO em filosofia - defende que toda a existência se reduz ao pensamento.

O REALISMO em filosofia - defende que os objetos e a realidade que se passa á nossa volta existem tal como a percecionamos e quando deixamos de os percecionar eles continuam a existir ou a permanecer da mesma forma.

Júlia Barbosa






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Curiosidades

Boécio e a “Consolação da Filosofia”

Boécio –  Anicius Manlius Severinus Boethius nasceu  em Roma  (475-525).
Este filósofo, estadista e  teólogo teve uma vida com alguns percalços.

Roma nesta altura encontrava-se enfraquecida.  Passados  vinte anos da sua morte Roma fica á mercê dos bárbaros. Foi um dos últimos filósofos Romanos.

Boécio via na filosofia  uma disciplina que embora fosse teórica  fazia  pensar/raciocinar  e que podia auxiliar-nos  no nosso quotidiano.

Traduziu para o latim algumas  obras dos filósofos gregos Aristóteles e Platão. Como era cristão  as suas ideias ou obras eram direcionadas  para filósofos religiosos que foram lidos na Idade Média.

Foi  preso  e torturado, sendo acusado de traição aquando executava funções de Senador de Roma (ano 510). Incriminado pelo rei, um godo que chefiava nessa altura Roma,  Teodorico o Grande.

Aproveitou os últimos dias de vida para escrever o livro “ A consolação da filosofia “, que foi um sucesso depois da sua morte.

Enquanto escreve este livro ele é aconselhado por uma mulher que simboliza a Filosofia (imagina) e que auxilia-o durante estes dias difíceis que passa na prisão. A conversa entre os dois resume-se a Deus e á felicidade. A partir daqui este filósofo tenta-nos transmitir pareceres sobre a vida.

Segundo ele, os seres humanos têm que estar preparados para as vicissitudes desta vida terrena.

Num determinada fase da nossa jornada podemos estar felizes como de repente a sorte mudar e ter que fazer  frente às  mais terríveis adversidades. Então ele avisa-nos a nós pobres mortais, que não podemos depender das coisas exteriores porque afinal a verdadeira felicidade está dentro de nós. 

A tão ambicionada felicidade pelos humanos vem do nosso interior e não de fora, do mundo mundano. Esta  “fortuna” interior é só nossa e ninguém  pode mudá-la porque a verdadeira felicidade é um estado de espírito. É a única que podemos controlar enquanto as coisas que estão fora do nosso domínio como ficar rico ou pobre é uma questão de sorte e é inconstante. 

Boécio assume uma posição estoica.


A Filosofia aconselha-o a ver como afinal  tudo depende da forma como encaramos as coisas e pede-lhe para ele tentar ser feliz enquanto espera pela sua condenação, pois quer libertá-lo daquela  aflição e que Poder, Opulência, Luxúria  são coisas supérfluas  e instáveis. Quem estiver á espera de ser feliz tendo como suporte estes  acaba por mergulhar num mar de incertezas e de infelicidade.

Boécio chega á conclusão que só pode encontrar a verdadeira felicidade após a sua morte (acreditava numa outra  vida após a morte) em Deus e no Bem. Para este filósofo o Bem e Deus tinham o mesmo significado.   

Apesar de acreditar em Deus  ainda tinha algumas dúvidas relativamente a Ele como : A omnisciência de Deus, que traz por arrastamento a incerteza se temos livre arbítrio.

A situação  em que o nosso filósofo se encontrava era desagradável e dolorosa mas ele não podia alterá-la, daí que restava-lhe esperar tranquilamente pelo dia do seu julgamento, mais uma vez a Filosofia (a mulher da prisão de Boécio) mostra-lhe que deve manter este estado de espírito porque este era  o único que ele podia  controlar.







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Filosofia 11º ano

A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA  E AS SUAS ETAPAS

Karl  Popper (28.07.1902 Viena/17.09.1994 LONDRES
Criador  do racionalismo critico. Defende que o progresso cientifico deve ser percebido através de falsificação de hipóteses ou seja para se distinguir o cientifico do não cientifico não deve passar por  uma colheita de confirmações  mas sim optar-se pela falsificação. A teoria cientifica fica mais forte ou mais válida enquanto for suportando a tentativa de a falsificar empiricamente e tornar-se-á cada vez mais forte quanto mais resistir.
Vamos a um exemplo muito conhecido “Todos os cisnes são brancos”  - Este enunciado é  científico  porque é falsificável ou adulterável. Porquê ? Porque basta encontrar um único cisne preto.

A ATITUDE DO CIENTISTA DEVE SER A DE PROCURAR  CISNES DE OUTRA COR (para falsificar) E NÃO  DE CONTINUAR A  PROCURAR  CISNES  (confirmar) DA MESMA COR. SE ENCONTRAR CISNES DE OUTRA COR A TEORIA OU O ENUNCIADO NÃO AGUENTOU A FALSIFICAÇÃO  E TERÁ QUE REFORMULAR  OU FAZER NOVAMENTE UM NOVO  ENUNCIADO. 
Só assim é que há evolução cientifica, segundo K.Popper.

Este nosso filósofo acredita que o conhecimento vulgar é necessário como um ponto de partida embora seja incerto mas  para se prosperar para outro tipo de conhecimento, mais examinado , de tal forma que possa ser criticado(racionalismo critico) é inevitável começar pelo senso comum.

Gaston Bachelard (1884-1962) pensa que este ponto de partida (senso comum) é um obstáculo epistemológico ou seja um impedimento para criar ou produzir conhecimento cientifico, portanto é essencial romper definitivamente com o senso comum , não fazendo sentido algum criticá-lo ou corrigi-lo mas sim eliminá-lo decididamente.

O conhecimento vulgar  difere do conhecimento cientifico em várias vertentes:    
Enquanto o C.Vulgar  assenta numa postura passiva ou indiferente o C.Cientifico resulta de uma atitude ativa (investiga);

Caracteristicas do C.Vulgar:  postura passiva; é sensitivo ou sensível; confia nos sentidos; emerge duma atitude dogmática; é prático; é subjetivo; é metódico e assistemático.



Caracteristicas do Cientifico: postura ativa; é racional; desconfia dos sentidos (exemplo quando observámos do planeta terra o sol ele parece-nos pequeno, mas sabemos que não é. Portanto a ciência não pode acreditar nos nossos  sentidos); tem uma atitude crítica (a ciência tem que ter uma posição de análise e de constatação através da experiencia ou dos seus instrumentos); é explicativo; é objetivo; é metódico e sistemático ( qualquer teoria tem que ser aprofundada, examinada, observável com todo  rigor).


No inicio a filosofia não se distinguia da ciência. A ciência antiga  encontrava-se no seu estado teórico porque os filósofos pré-socráticos e posteriormente a estes eram também cientistas  e inventavam  ou criavam discursos ou teorias explicativas teóricas sobre a natureza e inferiam conclusões a partir de princípios, premissas e definições  ou descrições.

A ciência moderna rompe no secXVI e XVII com Galileu e Isaac Newton.  É nesta altura que a ciência se separa da filosofia tornando-se independente e autónoma desta. Há por parte da ciência uma urgência de enunciar ou formular linguagens rigorosas e adequadas o mais possível  através da linguagem matemática.

Quando pensamos em física clássica, pensamos na ciência moderna porque uma está relacionado com a outra. ( o mundo é compreendido como uma grande máquina  em que  as relações de causalidade predominam e são expostas em leis. Estas por sua vez dão-se  concluídas,  depois de determinados factos terem sido repetidos variadíssimas vezes  e que exprimem invariância ou seja verifica-se uma   imutabilidade OU ESTABILIDADE. Estas  leis têm que ser  esclarecidas matematicamente relativamente ás  relações  estáveis que acontecem entre fenómenos  ou factos experimentados ou examinados  por realização experimental  e anunciar  a possibilidade  de novos fenómenos  ou factos).

Neste patamar que a ciência se encontra  predomina a VERIFICAÇÃO EXPERIMENTAL, A MATEMATIZAÇÃO, A IDEIA DE ORDEM, A LEI CIENTIFICA, E O DETERMINISMO.





A CIENCIA PÓS-MODERNA está ligada ao  nascimento  da TEORIA DA RELATIVIDADE DE EINSTEIN E AOS AVANÇOS DA FISICA QUÂNTICA, aos trabalhos de Heisenberg e Bohr.

Albert Einstein ( 1879-1955) – físico teórico alemão, radicado nos Estados Unidos, desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos dois alicerces da física moderna.

Werner Karl Heisenberg ( 1901-1976) – físico teórico alemão. Criação da mecânica quântica entre outra descobertas. Recebeu Prémio Nobel de Fisica devido ao descobrimento  da mecânica quântica.

   
       Niels Bohr – (1885-1962) físico dinamarquês, os seus trabalhos ajudaram para o conhecimento                              entendimento da estrutura atómica e da física quântica.




A CIENCIA PÓS – MODERNA ESTÁ ASSINALADA PELAS CONCEÇÕES DE RELATIVIDADE, INCERTEZA, INDETERMINISMO E PROBABILIDADE.





A evolução da ciência passou por diversas características: objetividade, método, parte de hipóteses, formula teorias e leis, preditivo, revisivel, provisório.

Da Ciencia antiga até á pós- moderna.



Estudar :

A corrente epistemológica positivista; neopositivista; positivismo lógico
A objetividade segundo o positivismo e o neopositivismo
O Conhecimento objetivo da ciência segundo Karl Popper e de Thomas S.Kuhn
Fatores que intervêm na atividade cientifica


  

Atualmente  no meio  cientifico DECORREM constantemente  INVESTIGAÇÕES sobre novas conjeturas, com  o  auxilio de teorias já descobertas pelos físicos da CIENCIA-PÓS-MODERNA, que foram  e continuam a ser  fundamentais para o progresso e desenvolvimento da ciência.

Mas como o mundo não pára talvez já possamos mencionar  ou dizer “ a Fisica para além de Einstein”, sem ofender é claro nenhum cientista, pensador ou filosofo desde a Antiguidade até aos dias de hoje.  TUDO E TODOS FORAM E SÃO NECESSÁRIOS PARA A EVOLUÇÃO DO NOSSO  UNIVERSO.
E na minha simples opinião até o senso comum, os mitos antigos, lendas ou alegorias sejam religiosas ou filosóficas auxiliaram nesta ascensão brutal  em que  a ciência se encontra hoje em dia.


Mas também convém salientar que a objetividade na ciência  não é mais uma característica imutável ou absoluta mas sim uma aquisição de descobertas ou de um  resultado dubitativo que se foi ou se vai adquirindo aos poucos através de uma intersubjetividade que  provoca polémica e debates entre os cientistas integrados num determinado  grupo. 



Júlia Barbosa



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Matéria 11º ano Filosofia, Retórica e democracia


Atualmente nos países democráticos estamos a assistir novamente E JÁ HÁ MUITO TEMPO no meio politico o que prevalece é o poder da palavra, utilizando a Retórica como um tipo de linguagem que convence e ilude as pessoas com um único objetivo omitir a verdade ou dizer apenas meias verdades. 



Sócrates e Platão definiram este discurso como uma arte ou representação inerente á política separando-a da filosofia porque esta defende apenas o conhecimento da Verdade.



A filosofia e a retórica nem sempre se compreenderam.

Na segunda metade do século V a.C. acontece uma grande mudança de interesses intelectuais no meio político e social da Grécia.

Enquanto no sec. VI a.C (anterior ao sec. V a.C.) a filosofia surge para substituir o mito pelo logos tendo como objetivo a explicação da realidade ou o seu funcionamento pelos primeiros pré-socráticos gregos , investigando assim a natureza humana, o universo físico, o comportamento social, politico e moral como também as suas consequências. 
Mas No sec. Va.C. as coisas mudam e os temas referentes à filosofia da natureza e à cosmologia deixam de ser alvo de interesse e os pensadores desta época passam a dar relevância a assuntos relacionados com o ser humano, com a moral, a educação e a politica.

Designou-se por mudança antropológica ou seja a filosofia é dirigida para os assuntos humanos. Os pioneiros desta mutação foram os intelectuais ou professores chamados Sofistas.

Górgias e Protágoras foram os primeiros sofistas, embora não fossem Atenienses , foi aqui que se tornaram conhecidos.

Temos também o filósofo Sócrates, Ateniense (nasceu no ano 470 a.C.) que pertenceu ao meio filosófico e cultural dos sofistas e ambos tinham interesse pelas mesmas questões: O Homem e os temas morais.

Sócrates difundia os seus ensinamentos oralmente, através de um colóquio direto com os seus conterrâneos e nunca escreveu nada sobre o que ia transmitindo aos seus alunos.

Fomos tendo acesso ás suas obras ou aos seus diálogos através do seu discípulo Platão. 

A imagem que Platão nos descreve sobre Sócrates, era de um pensador que refutava completamente a doutrina dos Sofistas mas que acabou por ser condenado á morte pelos seus compatriotas que o consideravam mais um sofista. 




AFINAL QUAL A DIFERENÇA ENTRE UM SOFISTA E SÓCRATES?

Os sofistas eram pensadores que surgem na segunda metade do sec. V.a.C. em que os seus ensinamentos abrangem disciplinas humanistas como: O DIREITO, A MORAL, RETÓRICA, POLITICA, ETC.

Fazem do ensino uma profissão e pela primeira vez surge alguém (sofistas) que exige uma remuneração( o que nunca acontecera anteriormente) por determinados cursos e institucionalizam o ensino. 
Extinguem com o ensino tradicional que também já se encontrava ultrapassado para os requisitos da época.

Estes pensadores ou professores surgem para dar resposta e aperfeiçoar teorias físicas anteriores e para solucionar problemas que aparecem com o sistema democrático em Atenas.

Os sofistas defendiam o RELATIVISMO ( não existe verdade absoluta) e o CETICISMO que sustentava que se existia verdade absoluta era impossível conhecê-la.

Protágoras (Sofista) fica famoso com a conhecidíssima frase “ o homem é a medida de todas as coisas “.

Com o aparecimento destes pensadores acaba por haver um rompimento definitivo com a filosofia grega anterior.

E com a chegada da democracia fazem se sentir mudanças e a sua liderança exige uma politica que passa pelo consentimento do povo, a genealogia já não era suficiente para governar . 

Há necessidade de uma pré-preparação para quem aspirava vencer na política. Um ateniense para controlar as massas tinha que ser um bom orador, ter perícia e destreza ao transmitir as suas ideias para o publico a fim de o cativar. Também tinha que possuir conhecimentos acerca da lei e assuntos inerentes á politica. 

Quem vai ensinar estes novos políticos( principalmente jovens)? São os sofistas com os seus ensinamentos de RETÓRICA, POLITICA, etc. 

A RETÓRICA é essencial para quem quer ascender a uma carreira politica, pois é uma arma feita de palavras, uma arte de persuadir e de convencer um determinado publico. 


Mas nota-se também um desenvolvimento nos Gregos devido à convivência com os sofistas porque estes tinham contactos com outros povos e outras culturas onde se constatava que as leis, valores e costumes variavam de região para região. Estes professores têm acesso a um relativismo cultural e como consequência também a um relativismo moral.

Este último é problemático porque a falta de concordância entre os homens sobre o que é justo e injusto, bom e mau acaba por inverter os valores de carácter moral. 

Sócrates entra em conflito com o ensino dos Sofistas. Vê nessa doutrina algo que não se identifica com a filosofia, amiga do saber e do verdadeiro conhecimento. 
E o que é justo ou injusto nos princípios sofistas depende da linguagem ou da retórica ou da técnica utilizada por estes professores e isso Sócrates não pode aceitar .

Segundo o nosso antigo filósofo achava que estes novos professores com este tipo de linguagem fugiam da verdade ou não transmitiam com rigor ou justeza a realidade aos Atenienses.

E sendo assim a possibilidade de entendimento entre os homens era inexequível.

Como decidir se uma lei é justa ou não, pois se cada pessoa entende por “justo” algo diferente. Há uma preocupação urgente em Sócrates em reconstituir a linguagem com significados objetivos e válidos para todos. 

A PARTIR DAQUI A procura da Verdade é um trabalho árduo para Sócrates que defende que a VERDADE E O BEM, SÃO ESTAS IDEIAS ,QUE INTERESSAM Á FILOSOFIA.

A procura da Verdade é a função do filósofo. Sócrates e Platão criticam os sofistas e definem a retórica como uma prática inerente ou representativa da politica. 

Estes filósofos não aceitam o relativismo de Protágoras considerando estes princípios de puras aparências que se distanciam da Verdade. 

Durante séculos Sócrates e Platão SEPARAM A FILOSOFIA DA RETÓRICA. 

Só no Sec. XX é que a retórica renasce novamente principalmente nos regimes democráticos. 








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FILOSOFIA, CIENCIA, RELIGIÂO E O HOMEM

AINDA TEMOS UM LONGO CAMINHO A PERCORRER…AINDA NÃO SABEMOS NADA…

DEUS, UNIVERSO, TODO…Donde vimos? Para onde vamos? Ou simplesmente acaba tudo aqui …?

Excertos do livro “Textos e Ensaios Filosóficos I” de Agostinho da Silva

2. A visão mais alta que podemos ter de Deus, nós que somos apenas uma parte do Universo, é uma visão de inteligência e de Amor; os pecados fundamentais que o homem poderá cometer são as limitações da Inteligência ou do Amor: toda a doutrina estreita sem tolerância e sem compreeensão da variedade do mundo, toda a ignorância voluntária, todo o impedimento posto ao progresso intelectual da humanidade, toda a violência, todo o ódio, limitam o nosso espírito e o dos outros, impendem que sintamos a grandeza, a universidade de Deus.



3. Deus não exige de nós nenhum culto; prestamos a nossa homenagem a Deus, entramos em contato pleno com o Universo… 
…uma biblioteca são templos de Deus; uma escola é um templo de Deus; uma oficina é um templo de Deus; um homem é um templo de Deus, e o mais belo…




Um excerto de um texto de Agostinho da Silva muito interessante porque nestas pequenas linhas ele tenta transmitir a perceção dele relativamente a Deus. Nota-se também uma liberdade em relação á ideia que faz de Deus mantendo – o independente de qualquer religião ou fanatismos. O “seu” Deus está em todo lado inclusivamente dentro de nós. 



Apela a uma visão de Inteligência ou do amor; são duas chaves que abrem porta para o progresso intelectual da humanidade, elas desatam os nós feitos pela ignorância e pelo ódio. 
Transmitir conhecimento sejam eles através do ensino ou da própria experiência de vida e os partilhar, é ser inteligente e abrir novos horizontes para aquele que difundiu a sua ideia, como é um ato de amor e também útil para o outro que a partilhou . Não é fácil e o ser humano ainda está no inicio de uma grande caminhada.


Júlia Barbosa






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Nós e o mundo exterior em filosofia 

Ao ver este vídeo ciêntifico” Existem Mais Que 3 Dimensões” ?

Ou seja a nossa percepção em relação ao que nos cerca é legitima ou verdadeira ? 


Em filosofia também estudamos várias teorias de como percecionamos o mundo em que vivemos (três dimensões) : 
O Realismo de senso comum; O realismo representativo; Idealismo; Fenomenismo e Realismo causal.


A nossa percepção relativamente ao mundo que nos rodeia começa pelos nossos cinco sentidos: audição, visão, tacto, olfacto e gosto. 

Se pedirmos a qualquer pessoa para nos definir uma imagem qualquer ou um objecto, ela o faz imediatamente através de um dos nossos sentidos: a visão 

O Realismo de senso comum é aquele que vulgarmente é assumido pela maioria dos indivíduos que não estudaram filosofia. Admitem a existência de tudo que nos cerca: casa, carros, árvores, jardins etc., tal e qual como a percepcionam.

Não sentem necessidade de questionarem sobre se essa é a única realidade existente ou se essa mesma realidade existe ou se não passa de uma ilusão. Estas questões fazem parte de filosofia , conhecida pelo teoria do conhecimento ou epistemologia. 

Temos o exemplo de Descartes no capitulo da Estrutura do ato de conhecer ( matéria do 11º ano) em que durante a sua investigação sobre o ato de conhecer, segue um método (segundo ele) rigoroso e induzido na matemática para atingir a verdade acerca de tudo que nos rodeia ou nos é exterior.

Um dos argumentos que utiliza sobre a veracidade ou não daquilo que percecionamos foi o Sonho da Vigília porque a maioria das pessoas não consegue discernir um do outro. Os sonhos são tão reais como quando estamos acordados. 

O quotidiano das pessoas é tão atribulado que não há tempo para meditar sobre estas coisas. 

Portanto deixemos essa tarefa para os filósofos e os ciêntistas.

Mas são precisamente estes acontecimentos triviais que abrem caminho para muitas descobertas cientificas. 


Como se descobriu a teoria da gravidade? Com a persistência do filósofo e cientista Isaac Newton em investigar até á exaustão sobre o declive de uma maçã quando esta cai de uma árvore. 

São factos como este, corriqueiros que não despertam curiosidade para a maior parte das pessoas. 
A filosofia faz perguntas que em principio parecem muito elementares ou sem interesse mas são questões importantíssimas e relevantes para o desenvolvimento intelectual , social, Ético, politico e para o progresso cientifico.

O desenvolvimento cientifico dá-se também em parte porque a filosofia desde a antiguidade que impulsionou a ciência através das suas questões e curiosidades sobre o Mundo, o Universo, o Homem, a Vida etc, embora a ciência explique a realidade utilizando uma metodologia própria . 

Voltando um pouco atrás aquando nos referíamos ao realismo do senso comum.

Temos ainda quatro teorias da percepção: realismo representativo; fenomenismo; o idealismo e o realismo causal.

Para já vamos falar no ceticismo que contrapõe o realismo comum.

O ceticismo defende a hipótese que nunca podemos ter a certeza de nada. Os argumentos desta corrente afirma que há sempre motivos para se duvidar das nossas crenças ou perceções em relação ao mundo externo. 

O ceticismo apresenta uma posição gnosiológica acerca da legitimidade e do alcance do nosso conhecimento ou seja duvida que possamos conhecer ou construir um conhecimento verdadeiro.

O realismo representativo sugere que toda a apreensão é o resultado da consciência de representações interna do mundo exterior: 
Quando vejo um carro não o visualizo diretamente como defende o realismo de senso comum mas que tenho na consciência uma representação mental do carro ou uma imagem interna do carro. Não tenho uma experiência direta e visual do carro mas tenho uma experiência de representação do carro originada pelos meus sentidos.


Idealismo – defende que toda a nossa experiência é constituída por representações mentais e não pelo mundo e que não existe legitimidade para afirmar que o mundo exterior existe realmente ou que o mundo é incognoscível. 

Fenomenismo – sustenta como o idealismo que só temos acesso direto á experiência sensorial e não ao mundo exterior. Um fenomenista é como alguém fechado no seu próprio quarto a ver filmes e acredita que tudo que aparece na televisão pode ser descrito na linguagem da experiência sensorial sem alguma referência a objetos físicos.

Realismo causal – As causas da nossa experiência sensorial são os objetos físicos existentes no mundo exterior. É através dos nossos sentidos que obtemos crenças sobre o nosso meio. 

Exemplo: quando vejo um carro, o que acontece é que os raios de luz refletidos no carro causam determinados efeitos na nossa retina e no cérebro que nos faz receber certas crenças sobre o que estamos a observar. A experiência de recebermos essas crenças é a experiência que nos faz ver o carro.

Todas estas teorias filosóficas acerca da nossa relação com o mundo exterior foram criticadas.











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Pirro de Élis – 360 aC a 270 aC – filósofo grego nascido na cidade de Élis. Primeiro filósofo cetico


Ninguém sabe seja o que for, e nem isto é certo.


Mesmo a verdade em que acreditamos pode não ser confiável.

Tudo pode ser questionado, tudo pode ser posto em dúvida .

Cada pessoa tem uma perceção diferente acerca do mesmo assunto.

Ter um espírito aberto será a melhor opção e nunca ficaremos desiludidos nem sofremos.

Este era o principal ensinamento do ceticismo.

Os ceticos mais radicais evitavam sustentar opiniões firmes sobre qualquer assunto.
Ao contrário de Platão e de Aristóteles.

A insistência de Sócrates na ideia de que tudo o que sabia era que nada sabia constituía uma posição cetica também.

Pirro negou completamente a tradição platônico-aristotélica, colocando em dúvida todo o conhecimento humano, pois as coisas são, em si, impossíveis de se conhecerem verdadeiramente; Mas

No “Mito da Caverna” – Livro VII da Républica - Platão embora não seja cetico mas ao defender que o Homem neste mundo vive num mundo de escuridão e em cativeiro ou num mundo de sonhos, porque ainda não conseguiu vislumbrar a Verdade ou o Bem e para isso tem que se libertar da ignorância ou das amarras (deste mundo aparência/ilusão) e só quando encontrar a Luz é que deixará a matéria e conhecerá a Verdadeira realidade. Também Platão , acaba por ter uma atitude também cetica ( momentaneamente) 
em relação a este mundo que nós vivenciamos( mundo sensível), pois as coisas não são o que nos parece mas sim uma ilusão ou uma cópia do mundo verdadeiro. 

Esta cegueira é temporário (para alguns) até ao dia que conhecem o Bem…É evidente que Platão não tem duvidas quanto á existência de um mundo Verdadeiro e Real ( que não este aqui), enquanto Pirro DUVIDA e não tem a certeza de nada.

Pirro defendia que não podíamos confiar nos nossos sentidos ao ponto de duvidarmos que quando estamos a escrever algo se não será imaginação nossa se não estaremos a ter alucinações ou a sonhar.

Visitou a India e esta viagem inspirou o seu estilo invulgar de vida. Pirro era um espírito muito calmo de tal forma que impressionava os que o rodeavam.

Não se preocupava com nada, porque para ele era tudo uma questão de opinião ou seja ninguém era dono da verdade porquê então preocuparmo-nos com o parecer do outro?

Na perspetiva dele não havia hipótese de encontrar a Verdade, então não existia necessidade de nos preocupar. As crenças baseavam-se em ilusões . As nossas certezas eram irracionais e constituíam um obstáculo á paz de espírito.

Se conhecêssemos Pirro considerámo-lo-ia louco embora tenha coisas que fazem-nos refletir em quem será mais louco ele ou as nossas crenças, estas muitas vezes idiotas e irracionais.

Pirro proclamava a libertação de todas as preocupações mas poucos de nós alcançará esse objetivo porque a nossa mente está conspurcada de crenças que nem com uma escavadora nos livramos delas. Um dos nossos tormentos é como iremos morrer.


Curiosidades sobre a Física Contemporânea 








Para uma melhor compreensão é necessário ler sobre ou ter umas noções básicas sobre: teoria das supercadeias, Teoria da relatividade de Einstein, física Quântica etc.





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